PESQUISA INTERATIVA

"O segredo da felicidade é amar o dever e fazer dele um prazer" (C. Dash)

domingo, 2 de janeiro de 2011

A ALFABETIZAÇÃO ATRAVÉS DE HISTÓRIAS INFANTIS

Lara Lopes Lemos Mattos

RESUMO

O objetivo deste artigo é mostrar como nós, professores, podemos explorar as histórias infantis de modo a alfabetizar as crianças de forma mais autônoma e consciente. Através de pesquisa bibliográfica baseada no livro Pedagogia do Amor de Gabriel Chalita apresentamos a importância das histórias infantis na vida das crianças e como elas ajudam nossos alunos a se alfabetizarem de uma maneira mais natural.

Palavras-chaves: alfabetização; autonomia; educação infantil.


INTRODUÇÃO

“... todo esforço e todo sacrifício são, com certeza, compensadores e,
no final, acabam sempre originando muitos aplausos” (CHALITA, p. 160)

A vida de todo ser humano é marcada por sonhos. Quando crianças sonhamos através das histórias infantis; quando adolescentes sonhamos em encontrar o príncipe encantado (se meninas) ou em aproveitar a vida (se meninos); quando adultos sonhamos em alcançar o sucesso financeiro; e quando idosos, em manter a saúde física e mental. Assim, percebemos o quanto as histórias ouvidas na infância influenciam nossa vida com seus heróis, príncipes, seres encantados etc. Por isso, Gabriel Chalita, em seu Pedagogia do Amor, mostra como podemos ajudar nossas crianças a refletir e retirar dessas histórias mensagens que as ajudem a se tornarem cidadãos mais felizes e mais preocupadas com os outros.
Eis o grande desafio que nós, como educadores e pais de família, temos em nossas mãos: “... amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores” (CHALITA, p. 11). Isto é o que Paulo Freire, também, acredita quando, em Pedagogia da Autonomia, define o professor ético como sendo aquele que procura aquilo que é bom para o grupo social porque ele trabalha como agente político, de mudança social, democrática e autônoma.
É de grande importância reconhecermos, hoje, o lugar de destaque que as crianças ocupam na sociedade. Nem sempre foi assim, a criança era um mero instrumento que seria treinada para a guerra; tanto que as crianças que nasciam com algum tipo de deformação ou deficiência eram condenadas à morte pelo Conselho dos Anciãos. A família evitava manter qualquer vínculo afetivo com elas, pois tinham receio de que morressem devido à precariedade no cuidado com a saúde. Durante a república romana, por volta de 509 a.C., a criança passa a ser um pouco mais valorizada, sendo até os sete anos educada pela mãe e, posteriormente, ela passa a acompanhar o pai para observar seu comportamento e imitar.
No século XVII, as crianças não podiam participar da vida dos adultos, tanto que ao nascer eram entregues às amas de leite que cuidavam delas enquanto pequenas. No século XVIII, a mulher assume seu papel de mãe e esposa e passa a se responsabilizar pelos cuidados dos filhos, dá-se origem à ideologia do amor materno (Comênio dedicou um livro às mães ressaltando a importância do ensino inicial que era o colo das mães e que este ensino deveria ser dado dentro dos lares), divulgação a respeito dos conhecimentos da infância com o intuito de se fazer perceber a criança como um ser individual que necessita de maiores cuidados e respeito, assim criaram-se instituições próprias para o cuidado e educação infantil. No século XX, o estado regulamenta a vida das crianças, criando uma lei (Lei 8069 de 13/07/90 ─ ECA), investindo em saúde e educação, valorizando a criança e seu pleno desenvolvimento.
Podemos perceber nesta evolução secular que a criança passou de mero objeto de amostra para centro de pesquisa. Foi um salto qualitativo e quantitativo grandioso; primeiro, porque a qualidade de vida dessas crianças melhorou consideravelmente, pois os pais e a sociedade passaram ser mais pressionados para se manter tal qualidade; segundo, porque em tão pouco tempo, a visão que se tinha de criança mudou da água pro vinho.
Desta forma, vários teóricos contribuíram para o desenvolvimento da história da educação infantil, entre eles: Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Decroly, Dewey, Montessori, Freinet, Piaget e Vygotsky. Contudo, foi com Maria Montessori que a educação infantil passou a ter outro olhar quando ela criou instrumentos especiais para uma educação motora ou quando ela solicitou que o tamanho da mobília das escolas pré-escolares fosse diminuído para ser usado pelas crianças.
Compreender todo este contexto evolutivo educacional é base para um bom profissional da educação, pois ele irá reconhecer e entender melhor a situação das crianças no âmbito social, educacional, afetivo... As instituições de educação devem estar comprometidas com o desenvolvimento infantil contribuindo com a qualidade dessa educação que as crianças merecem e tem o direito de receber.
Assim, a população, de uma maneira geral, está muito preocupada com a educação e isso faz com que os profissionais da educação melhor desenvolvam sua forma de trabalho.
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento da criança e, por isso, devemos oferecer a ela oportunidades de ser estimulada e motivada respeitando o tempo necessário para que ela amadureça. A aquisição de uma habilidade tão marcante como a leitura e a escrita deve ocorrer quando a criança estiver pronta, para que ela tenha interesse e sucesso. A partir do momento que ela é estimulada, aprende com mais facilidade e melhor. E o que há de melhor para prender a atenção de uma criança e levá-la a se interessar mais pelo que está sendo estudado é contar histórias.
No livro Pedagogia do Amor, Chalita analisa dez histórias com o intuito de contribuir no resgate dos princípios importantes que devem nortear a vida de qualquer pessoa. Cada capítulo procura ressaltar um sentimento e/ou princípio e/ou valor diferente: amor, amizade, idealismo, coragem, esperança, trabalho, humildade, sabedoria, respeito e solidariedade. As histórias sempre trazem ensinamentos indispensáveis para o crescimento e o amadurecimento de todos.
Contudo, o trabalho com histórias infantis não pode parar por aí porque, partindo do pressuposto de que um texto literário seja uma visão artística da realidade, o professor deve mostrar o papel dinâmico e interativo deste texto que facilite a construção do conhecimento pelo próprio aluno.
O trabalho com este gênero textual propicia ao aluno um repertório amplo de construções. Sabemos que as histórias infantis, bem como os contos de fadas, são bastante familiares às crianças e, por isso, motivam-nas nos momentos de leitura e escrita, o que facilita o processo de construção e ampliação da escrita.
As atividades devem ser voltadas para a reflexão sobre a língua, a leitura e a escrita, para a resolução de problemas e raciocínio, para a história de tempos antigos fazendo um contraponto com o atual, além de valorizar a arte e a alfabetização durante todo o processo.
Em Pedagogia do Amor, Chalita oferece dez histórias diferentes para serem trabalhadas, conforme veremos a seguir.


1. SHERAZADE – AMOR

Em um primeiro momento, foi dada uma definição de amor, dentre as quais está: “afeição, baseada em admiração, benevolência ou interesses comuns”; e ainda, “sentimento como de afeição e benevolência paterna atribuído a Deus em relação aos homens”. De todas as formas, trata-se de um sentimento nobre. E Sherazade tomada por fascinante sensação consegue dirimir do coração do sultão Shariman toda frustração, todo ódio, toda crueldade e tristeza que existia nele. Ela teve uma atitude arriscada, mas cujo resultado livrou todas as famílias de Bagdá de um destino cruel para as moças.
As características marcantes de Sherazade são: amor pela vida e pelo mundo, vontade de viver, desejo por liberdade, enfim, foi “... uma heroína corajosa, solidária, altruísta, autoconfiante, inteligente, criativa, ousada...” (CHALITA, p. 22). São valores nobres e importantes a serem trabalhados com os alunos em qualquer faixa etária.


2. DAMON E PÍTIAS – AMIZADE

Quando Aristóteles afirma que um amigo é “uma única alma habitando dois corpos”, acaba por definir o que vem a ser a verdadeira amizade, pois aquele que é amigo é, também, um cúmplice de vida. Ou seja, alguém que sabe tudo o que acontece com o outro, sabe como o outro é por dentro e do que ele é capaz de fazer por aquilo que deseja; e, mesmo assim, ama-o.
Um amigo é alguém em quem podemos confiar, é alguém que, ao mesmo tempo, ajuda a nos recuperarmos das tristezas, das derrotas, dos martírios que enfrentamos e compartilha conosco das felicidades, das conquistas, dos nossos triunfos. Além do mais, auxilia no nosso crescimento pessoal mostrando o que há de melhor em nós e o que precisamos mudar.
Na história, Pítias pregava a liberdade do povo e se oponha ao autoritarismo do Rei. Por isso, foi condenado à morte, mas pediu ao Rei que o deixasse se despedir da família, o que foi autorizado com a condição de que Damon ficasse em seu lugar. Damon mostrou a confiança que tinha no amigo, pois sabia que Pítias faria de tudo para não deixá-lo morrer em seu lugar. Apesar da demora de Pítias, Damon nunca duvidou do amigo e seguia confiante. Pítias chegou e explicou todos os contratempos que tivera. Rei Dionísio ficou comovido com este profundo sentimento que unia os dois amigos e libertou-os da sentença.
A fé inabalável de Damon é a grande característica que nos leva a refletir sobre os laços que, hoje em dia, temos. É difícil vivenciarmos tal sentimento de amizade; talvez, devido à tumultuada vida, mas não podemos esquecer de cultivar essa irmandade de corações. Só assim, teremos maiores forças para superar os infortúnios do dia-a-dia.


3. DOM QUIXOTE – IDEALISMO

Segundo Mahatma Gandhi, “acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto”; isto é o que deveria mover toda a humanidade: apegar-se a um ideal e viver de tal forma que o sonho se torne realidade sem, jamais, passar por cima dos outros.
Dom Quixote é um exemplo de pessoa idealista que vive preocupado em transformar a realidade.
Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, também, retrata um tipo sonhador e idealista. “A ausência de um ideal na vida condena nossa existência à estagnação, ao tédio e até mesmo à depressão” (CHALITA, p. 49). Por isso, devemos sempre procurar algo que nos faça ansiar pelo novo.
Estes dois modelos simbolizam a luta, a superação dos limites e do mesmo, a importância da criatividade, da consciência crítica, do respeito às diferenças, da tolerância para com o outro, enfim, a necessidade de transformar a realidade em tempos mais justos e fraternos para todos.
“... o mundo precisa de idealistas que olhem pela janela, vejam as rosas murchas e, ainda assim, fiquem felizes... Felizes porque conseguem enxergar as sementes” (CHALITA, p. 55).


4. DAVI E GOLIAS – CORAGEM

A coragem é uma qualidade que nos faz enfrentar o medo, o diferente, o risco... É um complemento do idealismo que nos faz buscar sonhos mais difíceis sem preocuparmos com os empecilhos que encontraremos.
No filme Coração Valente, Mel Gibson compõe uma personagem cheia de entusiasmo, ousadia e nobreza. São características essenciais para que cheguemos à concretização de um sonho.
Na história de Davi e Golias, vemos que, apesar de ter uma aparência frágil, Davi surpreendeu a todos com sua coragem, vontade de vencer e sua fé inabalável; assim, conseguiu derrotar o gigante Golias.
Na nossa vida, sempre encontramos vários gigantes para enfrentar. É nessa hora que a lição de Davi vem nos ajudar:

...todos nós, mesmo os aparentemente mais fracos e despreparados, somos legítimos portadores da centelha divina e, assim, podemos vencer qualquer adversário que se interponha em nosso caminho, impedindo-nos de seguir em frente e de crescer (CHALITA, p. 64).

Tal adversário nem sempre aparece como uma pessoa, mas pode vir como uma situação, um trabalho novo, um problema a ser enfrentado. Assim, quando superamos este desafio, crescemos, aprendemos ou reaprendemos e ficamos mais aptos a enfrentar algo maior.


5. VIDAS SECAS – ESPERANÇA

Sempre escutamos a máxima “A esperança é a última que morre” para nos lembrar que diante de qualquer conflito, ainda temos um sentimento que nos impulsiona a tentar realizar o que queremos.
Vidas Secas, de Graciliano Ramos, mostra todo drama vivido por uma família nordestina, mas também, toda esperança que eles têm por um futuro melhor. As personagens são, extremamente, guerreiras. Mesmo tendo alguns momentos de revolta, jamais desanimam. Esta história, tão antiga e tão nova, ajuda a pensarmos em toda seca que vivemos: guerras, desrespeitos, violências, impunidades... e, acima de tudo, ajuda a sabermos enfrentar os dissabores da vida.
Lutamos por aquilo que acreditamos; assim, a cada dia, a cada ano, a cada amanhecer renovamos a esperança de um presente melhor que o passado.


6. HÉRCULES – TRABALHO

Thomas Edison já dizia: “O gênio é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração”. Assim é a vida... feita de erros e acertos e é através do erro que buscamos, insistentemente, o acerto.
Enquanto os outros capítulos parecem refletir sobre a vida daqueles que são mais pobres espiritual ou materialmente, este nos remete aos mais afortunados tendo como exemplo Hércules com uma educação impecável e rica, mas mesmo assim, estava triste e confuso. Isso o levava a refletir muito até compreender que a verdadeira riqueza “... deve provir do trabalho honesto, do esforço próprio e da dedicação constante” (CHALITA, p. 89).
O trabalho do professor é muito desgastante e exige muita dedicação, às vezes até mesmo, frustrante diante dos baixos salários, do não-reconhecimento do chefe, da má-vontade de alunos, da permissividade de pais, contudo é gratificante quando vemos o crescimento de um aluno e quando percebemos que somos orientadores e contribuímos para a construção de sujeitos mais éticos.
Desta maneira, o trabalho enriquece a pessoa (pelo menos moralmente), torna-a dinâmica e a capacita para a luta diária. Assim, trabalhar naquilo que nos traz felicidade é o que de melhor podemos querer.


7. CINDERELA – HUMILDADE

A humildade é a grande virtude do ser humano porque assim não fazemos discriminação de raça, credo ou classe social. É na simplicidade dos pequenos atos que descobrimos os grandes valores que regem a vida da pessoa.
Cinderela é uma personagem que exemplifica muito bem essa característica. Ela suportou todos os sofrimentos, cansaços e provações com maestria sem jamais deixar-se abater ou alimentar seu coração com sentimentos de raiva, ódio ou vingança.
Tal como o mito da fênix, Cinderela ressurge das cinzas e recupera o que é seu por direito: a capacidade de ser feliz, de ser amada, querida, desejada. Essa conquista nos ensina que a dor é um estágio importante no processo de aquisição de sabedoria (CHALITA, p. 107).
É através das experiências boas ou ruins que aprendemos e interiorizamos os conceitos e construímos nossos conhecimentos. Um bom exemplo são aquelas crianças vivem num ambiente de profunda pobreza, com pais alcoólatras, drogados ou violentos, mas que mesmo assim, crescem com o coração puro, livre de qualquer maldade, de qualquer sentimento negativo. E tornam-se adultos íntegros, trabalhadores e conscientes de que “... tudo é passageiro, transitório... [...] O melhor mesmo é acreditar que estamos aqui para aprender, para sonhar, para transformar e para concretizar os planos mais variados” (CHALITA, p. 109).


8. REI SALOMÃO – SABEDORIA

A sabedoria é a habilidade que temos de usar nossos conhecimentos para o bem comum.
Rei Salomão foi sábio ao conseguir discernir entre a mãe verdadeira e a falsa, ou seja, entre o bem e o mal. Por receber o dom da sabedoria, ele conseguiu reinar durante 40 anos de forma justa e honrada. “O saber é o instrumento que nos garantirá uma vida mis digna e nos proverá de um bem estar essencial para a nossa felicidade” (CHALITA, p. 119). Por isso, é importante buscarmos diferentes fontes e formas de construirmos o saber porque ele não é fechado, está em constante evolução.
Desta forma, entendemos que o saber deve ser usado para mudar a vida, a realidade; só assim, o conhecimento adquirido será transformador e eficaz para a construção da sociedade democrática.
Em se tratando do profissional da educação é quase uma obrigação realizar cursos de aperfeiçoamento, fazer sempre uma auto-avaliação do seu trabalho e entender que o aluno não é um ser ignorante (sem saber), mas possui seus conhecimentos prévios que devem ser usados numa melhor compreensão do assunto estudado.
Através da história do Rei Salomão, podemos ajudar nossos alunos a perceber a importância da sabedoria que, além de ser um dom, é algo que pode ser construído; mas, exige dedicação, paciência e vontade de trabalhar pelo bem-comum.


9. O PATINHO FEIO – RESPEITO

A história do Patinho Feio é uma das antigas, mas que contém muitos ensinamentos importantes que ajudam na construção do caráter. O respeito é um sentimento que está intimamente ligado a todos os outros sentimento ressaltados no livro de Gabriel Chalita.
Nesta história, vemos como a discriminação leva o outro a sofrer. Atualmente, talvez por conta da globalização e do consumismo exagerado, as pessoas estão mais preocupadas com os seus próprios problemas e esquecem o outro, do sofrimento do outro e do que quer que esteja acontecendo com ele. A insensibilidade dos animais da fazenda exemplifica a sociedade em que vivemos. Muitas vezes, deixamos de lado aquele que nos parece diferente e não percebemos o quanto ele tem para nos oferecer. Ao se transformar em um lindo cisne, o patinho nos mostra que é possível dar a volta por cima e vencer. Não podemos esquecer que “nenhum homem é uma ilha” como afirma o poeta inglês John Donne; sempre precisamos uns dos outros. Devemos respeitar as diferenças e fazer delas um aliado no combate à violência física e psíquica.
E como professores/educadores não podemos nos ver como superiores ao aluno; somos iguais na construção do conhecimento. Paulo Freire diz que o professor é um agente porque age ao mesmo tempo em que é um estudante porque aprende; o professor é um orientador, um pesquisador porque sabe que não há verdade absoluta e que a aprendizagem é um processo dialético: um completa o outro através do diálogo.


10. ESTRELA DE JÓIAS – SOLIDARIEDADE

A solidariedade é o mais nobre dos sentimentos. É sinônimo da cooperação, do trabalho em equipe, da responsabilidade que cada um tem com o outro.
Na história Estrela de jóias dos Irmãos Grimm, a garotinha foi solidária com o menino que encontrou com fome, com a menina e a velhinha que estavam com frio e com o velhinho que precisava de lenha. Ela se mostrou solidária com o outro que também tinha necessidades. No final, ela foi recompensada por suas ações com a chuva de jóias que caía.
A frase de Fernando Pessoa “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” ilustra muito bem o sentimento de solidariedade da menina. Se olharmos para quem está ao nosso lado, perceberemos que todos têm problemas; uns mais, outros menos. Por isso, devemos ser solidários e ajudar quem precisa não só financeiramente, mas também, com “... a doação de calor humano, de carinho, de respeito e de extrema consideração pelas necessidades do próximo” (CHALITA, p. 153). Não pensando na recompensa que, por ventura, podemos ter, mas pensando realmente no que podemos fazer para transformar nossa sociedade num ambiente mais digno de se viver.

... a solidariedade nos fortalece e nos faz olhar em direção ao futuro, ao novo dia, aos novos amanhãs que poderão amenizar o sofrimento e as dúvidas do home, oferecendo a esperança e o conforto imprescindíveis ao reinício, às novas jornadas (CHALITA, p. 152).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este livro de Gabriel Chalita não se trata de um livro de auto-ajuda, mas vem nos mostrar a importância de se trabalhar os valores com as crianças, pois vivemos num mundo muito automatizado em que as pessoas estão mais preocupadas consigo mesmas e se esquecem do outro.
As crianças adoram histórias, então por que não usá-las para ensinar o que realmente importa para uma vida em sociedade? Além do mais, não precisamos ficar somente no sentido dos valores éticos, mas podemos trabalhar desde a alfabetização com os pequenos até a reescrita com os grandes.
São inúmeras descobertas que podemos fazer com o uso de histórias no trabalho de sala de aula, inclusive, na montagem de projetos que visem a interdisciplinaridade, pois estamos formando cidadãos que serão futuros trabalhadores.
Somos sujeitos históricos numa sociedade cada vez mais industrializada, desta forma, devemos mostrar a beleza de uma escola democrática onde o aluno é autônomo e constrói sua competência de pensar, refletir e criticar. Assim, vemos que “... é possível viver de forma mais harmônica e feliz desde que saibamos mudar os aspectos negativos e dissonantes não apenas sobrevivendo a eles, mas transformando-os em aprendizagens melodicamente positivas” (CHALITA, p. 159).


REFERÊNCIAS

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor. São Paulo: Gente, 2005.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

FEIRA DE CIÊNCIAS - 2010

A feira de ciências deste ano, teve como tema:
"OS EFEITOS DOS ALIMENTOS NO CORPO HUMANO "
Hoje em dia, há uma maior preocupação com relação à alimentação das crianças, pois a obesidade infantil atinge no Brasil entre 7% e 15% das crianças, dependendo da região e da classe social. Nos Estados Unidos, o número dobrou na última década e cerca de 30% das crianças apresentam algum grau de sobrepeso.
Por isso, algumas dicas:
• Os alimentos devem ser oferecidos à criança para que ela aprenda a gostar. Se houver recusa no primeiro contato, deve-se insistir em outras vezes, pois novos alimentos têm sabores diferentes e, às vezes, promovem "caras-feias", mas com o decorrer do tempo o sabor passa a ser apreciado pela criança;
• Apresente apenas um alimento novo a cada refeição, junto com os outros que seu filho já está habituado. Assim fica mais fácil experimentar. E faça esta apresentação no início da refeição, quando a fome é maior. Converse com ele sobre o alimento novo, explique de onde veio, conte uma história, enfim, desperte a sua curiosidade. Ofereça o leite para a criança duas horas antes ou após as principais refeições (almoço e jantar). O cálcio (presente no leite) diminui a absorção do ferro contido nos alimentos, podendo levar a criança a ter anemia;
• Você também pode aproveitar receitas que seu filho gosta para adicionar alimentos novos. Faça um alimento que ele goste e adicione cenoura ralada ou tomate picadinho, enfim torne a refeição mais nutritiva.
Lembre-se de que, para melhorar a alimentação de seu filho, é preciso antes de mais nada melhorar os hábitos alimentares da sua casa. Avalie se os alimentos que fazem parte do cardápio familiar são realmente saudáveis.
Para esse trabalho ser realizado, as crianças serão divididas em duplas:

• 1ª dupla: alimentos saudáveis: as crianças mostrarão os alimentos no cartaz e dirão “os alimentos saudáveis desempenham importante papel na manutenção da saúde, no crescimento, na defesa contra infecções, na nutrição”. Em seguida mostrarão a pirâmide alimentar que possui a quantidade dos alimentos para se ter uma alimentação saudável.


  •  2ª dupla: alimentos não-saudáveis: As crianças dirão “esses alimentos devem ser evitados, pois contém muito conservantes e corantes que fazem mal à saúde”. Em seguida, mostrarão os alimentos que as vitaminas que possuem.
Vitaminas e Minerais

As vitaminas e os minerais são de extrema importância no complemento da alimentação. Veja abaixo as principais vitaminas e minerais, presentes nos alimentos e saiba qual o benefício que ela trás à saúde de seu filho:
• Vitamina A = Essa vitamina participa intensamente do crescimento e, além disso, aumenta a resistência contra doenças infecciosas.
Encontra-se no: leite integral, cenoura, abóbora, espinafre, vegetais verdes escuros, manga ou mamão ou laranja ou abacaxi ou tangerina.
• Vitamina C = É importante para regular o funcionamento do organismo, protegê-lo de doenças infecciosas e melhora absorção de ferro. Encontra-se no suco de laranja ou no suco de goiaba ou nos morangos ou suco de acerola.
• Cálcio = Importante para a formação dos ossos. Encontra-se no leite ou no iogurte ou no queijo.
• Ferro = O ferro previne a anemia. Encontra-se no feijão, na lentilha ou na ervilha ou no fígado de qualquer animal. E ainda nos vegetais folhosos verdes, como o espinafre. Os alimentos enriquecidos com ferro, como leite e cereais, podem ser boas opções. Para melhor absorção de ferro, consumir com as refeições alimentos ricos em vitamina C.

3ª dupla: dicas de como se alimentar de forma saudável: as crianças mostrarão as frases que estarão ilustradas


4ª dupla: água – indispensável: as crianças dirão “a água é mais importante para a vida do que os alimentos, as pessoas podem viver semanas sem comida, porém somente alguns dias sem água”. Em seguida entregarão um folhetinho contendo os benefícios da água:

• A água é necessária para o funcionamento de cada órgão no organismo.
• Manter os estoques de líquidos do corpo humano em alta é garantia de vida longa.
• É um hidrante natural da pele, mantendo-a com aparência viçosa e fresca;
• Auxilia a digestão;
• Regula a temperatura do corpo
• Ajuda o trabalho dos rins, que têm a importante missão de eliminar toxinas do corpo;
• Também estimula o bom funcionamento dos intestinos;
• Aliás, os líquidos são essenciais para que as fibras alimentares não fiquem paradas ali e o órgão possa fazer seu serviço, expulsando os dejetos e tornando as fezes pastosas.
Depois dirão: “a criança precisa beber pelo menos quatro copos de água ao dia”.

5ª dupla: degustação: as crianças dirão: “esses alimentos foram preparados com alimentos nutritivos. Podem experimentar”. Depois entregarão folhetinhos contendo receitas saudáveis e dicas importantes:
• As receitas devem ser coloridas e atraentes;

• As crianças não toleram pimenta ou outros condimentos de sabores acentuados. Eles aceitam bem pequenas quantidades de cebola, alho, salsinha e coentro;
• A preferência da criança é, normalmente, por alimentos básicos, como arroz, feijão, legumes cozidos e massas;
• As porções devem ser pequenas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

BOAS VINDAS


Para os alunos do Pré II entreguei estas lembrancinhas que confeccionei baseando-se nas idéias do blog Contar e Recontar para Encantar. Fiz algumas modificações... Espero que gostem!!!

Beijos,

LARA

sábado, 30 de janeiro de 2010

Creio
(Mahatma Gandhi)

Creio em mim mesmo;
Creio nos que trabalham comigo;
Creio nos meus amigos;
Creio na minha família;
Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e honestos;
Creio nas orações e nunca fecharei os meus olhos para dormir, sem pedir antes a devida orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não acreditam como eu acredito;
Creio que o triunfo é resultado de esforços inteligentes, que não dependem de sorte, de magia, de amigos, companheiros duvidosos ou de meu chefe;
Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar.

E, assim sendo, serei cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo.

Não caluniarei aqueles de quem não gosto;
Não diminuirei meu trabalho por que os outros o fazem;
Prestarei o melhor serviço de que sou capaz porque jurei a mim mesmo triunfar na vida e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz.

Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que, às vezes, ofendo os outros e necessito de perdão.


Faço minhas estas palavras de Gandhi porque acredito muito nisto
que está escrito!

Um abraço a todos...
LARA

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ANO NOVO
Um novo ano começa e com ele novas esperanças, novos sonhos...
Estamos começando um novo capítulo da nossa vida.
Vamos enchê-lo de otimismo para que possamos colher frutos maravilhosos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Feira de Ciências





O título da Feira foi "O começo da Vida".

O tema foi "Desenvolvimento".

Os alunos mostraram o cliclo:

  • da temperatura do sol;
  • da vida do feijão;
  • da vida dos animais;
  • da vida do ser humano;
  • da etapa de vacinação do 0 aos 10 anos.
Olá pessoal!

Espero que gostem do meu blog!

Um beijão,
LARA MATTOS